sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Noticia DN Madeira - 21/11/2008

Desporto

"Igualdade de tratamento"
Data: 21-11-2008
A Associação de Futebol da Madeira prepara-se para ter de lidar com outro imbróglio, desta feita envolvendo os militantes dos regionais de futsal, embora ainda não o saiba... Depois do 'braço-de-ferro' mantido com sete das equipas integradas na I Divisão Regional, resolvido na passa quarta-feira, Rui Marote e seus pares terão de esbater as críticas resultantes das cedências provenientes da reunião com os emblemas de futebol de 11.
Diversas equipas de futsal mostraram, ao DIÁRIO, grande descontentamento por estarem, segundo palavras utilizadas pelos próprios representantes, em plano de desigualdade neste momento.Ao futebol regional foi permitido o pagamento em três 'tranches' das inscrições dos jogadores, sendo que têm ainda a vantagem de assegurar somente os custos relativos a 65% das despesas com o policiamento e arbitragens dos jogos.Já no futsal, a situação é pouco diferente, mais rígida em termos de pagamentos.
A AFM solicita a liquidação integral das inscrições antes do início da temporada, assim como o pagamento total do policiamento e arbitragens dos desafios. Face à diferença de tratamento, os clubes de futsal preparam um movimento de contestação do actual modelo vigente, devendo acertar estratégias durante uma reunião que desenvolverão na terça-feira, às 19 horas, em local ainda a designar.

Unidos da Camacha promete luta

Dinis Silva, representante do Unidos da Camacha, é um dos que manifestam publicamente a sua indignação pelo facto de o futsal ser "obrigado a pagar 100% dos custos com o policiamento e arbitragens". "Não concordamos com isso e a crise é geral, não é só de alguns. Só o custo com o policiamento e arbitragens é de 155 euros", elucidou. O problema é que os clubes de futsal sentem dificuldades em reagir na hora e local próprio, visto "terem receio de represálias". "Na Associação uns têm direito a seis votos e outros a 300", argumentou Dinis Aveiro. Situação que, garantiu, não se verificará a partir de agora em virtude das "benesses" dadas pela AFM ao futebol regional. "Se uma equipa de futsal quiser inscrever um jogador agora, dirão que não pode porque tem de respeitar o prazo que exige cinco dias de antecedência. Porquê esta benesse? Não somos todos filiados? Porquê que há esta diferenciação", questionou. Em suma, Dinis Aveiro não compreende nem sabe "em que artigo é que a AFM se baseou para abrir o precedente" de ajudar os clubes do futebol regional. Contudo, garante não "estar contra ninguém". "Estou somente interessado em alargar estas regalias para o futsal", concretizou. O facto é que todos os clubes do regional de futsal já efectuaram os pagamentos necessários para estarem aptos a competir. Mas Dinis Silva acredita que a discussão em torno desta matéria pode possibilitar a "devolução do dinheiro já investido". "A associação tem de procurar o apoio para todos, não é só para alguns", reivindica.

Curral fala em ditadura

Manuel Celestino (Curral das Freiras), por seu turno, acredita que esta reunião peca "por tardia". "Teria de ter havido uma reunião para tratar deste assunto na altura em que houve o sorteio da Taça e do campeonato", evocou, disponibilizando-se, contudo, a comparecer à 'chamada' de terça-feira. A verdade, segundo Manuel Celestino, é que "fala-se muito mas depois encolhem-se e ninguém diz nada na hora certa". "A associação parece uma ditadura, ninguém consegue falar o que quer que seja". O Curral das Freiras "sempre foi contra estas despesas que agora estão a ser faladas" e agora até acha que existe uma agravante. "Dizem para pagarmos aos árbitros antes do jogo começar. Até parece um suborno", aludiu. Manuel Celestino acusou ainda alguns clubes de "pagarem prémios altos" a jogadores. "Custa-me a entender isso. Pagam transferências e prémios. Até parece que andam a 'cavar' dinheiro. E, logicamente, que quem tem dinheiro para isso também terá de ter para o resto. O que não é o nosso caso, que temos muitas dificuldades", acrescentou.

Horários do Funchal acha injusto

Também a formação da Horários do Funchal acredita que está na hora de inverter o actual cenário de pagamentos a que está votado o futsal regional, conforme disse Humberto Afonso: "É uma situação injusta que transita desde o ano passado, pois éramos (futsal) os únicos a assumir as despesas todas".O dirigente recorda uma promessa por cumprir da associação que "em Janeiro tinha dito que conseguiria arranjar um patrocinador para o campeonato de futsal" que pudesse 'aliviar' os custos dos clubes, mas até hoje "nada se concretizou". "Se continuar assim, mais vale acabar com o futsal", sentenciou.

Nacional não vê problema

Todavia, nem todos estão insatisfeitos, como é o caso do Nacional. Pedro Mota, dirigente da colectividade, acha que todas as equipas "já estavam preparadas para os custos em causa" e, portanto, "nunca houve celeuma em torno do assunto". A única questão que levantou discussão aconteceu aquando da possibilidade de obrigar as equipas a "apostar na formação", desiderato irrealista, na opinião de Pedro Mota. O Nacional, pela pessoa deste responsável, está satisfeito com o "entendimento" entre os clubes do futebol regional e a AFM". "Para a frente é que é o caminho", terminou.


retirado do Diario de Noticias da Madeira de 21/11/2008

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